Proposto como trabalho de uma matéria do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, ocupar uma vaga de carro durante um sábado foi um desafio para os alunos. A principio a turma foi dividida em grupos de três integrantes que desenvolveriam suas idéias, o nosso foi formado por: André, Érika e Renata.
Começamos a pensar sobre o que seria interessante e ao mesmo tempo interativo, já que nossa proposta era fazer com que as pessoas pudessem desfrutar daquele espaço que, pelo menos naquele dia, não seria ocupado por um carro.
Com a copa do mundo chegando e todo o valor que é dado ao futebol no Brasil, logo surgiram idéias relacionadas ao assunto. Depois de pensar, testar e discutir, ficou decidido que seria montado um mini campo de futebol no lugar, que poderia ser utilizado não apenas para jogar futebol, mas também para a troca de figurinhas, ou apenas descanso, já que um dos gols era um banco, desses de praça.
A base fundamental da nossa idéia era deixar o espaço montado, deixando claro que as pessoas poderiam entrar, porém não “forçá-las” a utilizar a vaga de algum jeito. A disposição dos objetos fazia com que cada um tivesse a liberdade de usar o espaço como quisesse.
Objetivos:
1. Construir algo na vaga que chamasse a atenção das pessoas.
2. Observar como seria a reação de quem passasse por ali: apenas observaria, ficaria curioso, iria interagir...
3. Observar como o espaço seria utilizado por cada um: o banco serviria para sentar, para ser o gol, para sentar e jogar o futebol de prego, ou tudo isso? A trave na outra ponta seria utilizada, ou a troca de figurinhas seria tão mais interessante ao ponto de o futebol em si ser deixado de lado?
4. Mostrar que os espaços não necessariamente têm que ser utilizados apenas para algo pré-definido.
MONTAGEM:
Materiais:
1. Grama
2. Cal para pintar a grama
3. Banco de praça
4. Peça de madeira circular e plástico para fabricar o tabuleiro para jogar tapão
5. Peças de madeira, papel, pregos, martelo, corretivo, moeda para fabricar o futebol de prego
6. Tela para revestir o banco
7. Trave pequena ou peças de metal e tela para fabricar uma trave
8. Bola
Produção:
1. Tabuleiro de tapão:
Consiga uma peça de madeira, não muito fina e corte-a de forma circular. O diâmetro fica de acordo com a área a ser colocado. Depois disso tem que ser feito algum tipo de revestimento para que as farpas não machuquem as pessoas. No nosso caso, revestimos com um plástico grosso e branco.
2. Futebol de prego:
Consiga uma peça de madeira, não muito fina também e corte-a de forma retangular, as nossas medidas foram 40x20cm. Corte quatro tiras de aproximadamente 10 cm de largura, duas com 40 cm de comprimento e duas com 20 cm de comprimento para fazer as bordas do campo. Nas tiras de 20 cm faça um buraco que passe a moeda, para ser o gol.
Cole em cima da peça grande uma cartolina ou outro papel semelhante, isso garantirá que a moeda corra sem muito atrito. Se quiser, cole um papel camurça nas laterais, além de bonito irá revestir a madeira para evitar novamente o problema com as farpas.
Pinte com corretivo as áreas brancas do campo. Depois passe uma borracha para tirar algo que possa atrapalhar a moeda.
Bata os pregos na disposição correta. Encontra-se a escalação em sites na internet.
3. Banco/Gol:
Pegue dois bancos desses de praça e coloque-os dispostos em um ângulo de mais ou menos 45 graus. Passe uma tela de uma extremidade a outra dos bancos, na parte de baixo até antes do encosto, para formar um gol.
4. Trave:
A trave é um objeto relativamente fácil de achar pronta para comprar. No nosso caso foi fabricada com uma peça de metal retangular e uma em forma de “L”. Colocamos a peça retangular com a parte mais comprida encostada no chão e colocamos a peça em L para apoiar e fixamos com fita. Passamos então a rede.
5. Campo:
Compramos a grama pintamos com cal.
Montagem:
Colocamos a grama no chão e o banco/gol na extremidade da vaga que estava do lado da rua, para garantir segurança. Na outra extremidade colocamos a trave. No meio, onde normalmente fica a bola, colocamos o tabuleiro de tapão. Na pequena área do gol colocamos o futebol de prego.
Como as peças eram todas móveis, as pessoas podiam utilizar o espaço como quisessem. Se fossem jogar bola no campo, era só retirar o tabuleiro e o futebol de prego, por exemplo.
RESULTADOS:
Percebemos que a aproximação das pessoas praticamente não aconteceu, algumas passaram e perguntaram o que era, outras só olharam e foram embora, e algumas (mais especificamente 2) ficaram incomodadas com o uso das vagas, já que para elas era interessante que carros estacionassem ali. A interação mesmo parece ter acontecido com pouquíssimas pessoas que jogaram bola.
Acreditamos que esse fato ocorreu primeiro pela localização da vaga, um bairro nobre da cidade de Belo Horizonte onde as pessoas não têm o hábito de ficar nas ruas, como acontece em bairros não tão luxuosos. Segundo pelo pouco tempo que a intervenção ocorreu, foi apenas um dia. Talvez se tivesse ficado mais tempo as crianças - que geralmente são mais extrovertidas e curiosas que os adultos - da escola que fica em frente à vaga talvez tivessem aproveitado a intervenção.
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